sexta-feira, 11 de maio de 2018

CRÔNICAS

Tanto medo. Medo de amar outra vez. Medo de entregar meu coração mais uma vez. Por isso o amarro, amordaço, ponho coleira, focinheira, seguro com as duas mãos e os pés fincados na areia. Por medo, também, de que meu coração teimoso não me obedeça. Ele é forte e insistente, tenta ladrar e não consegue, então grita no silêncio abafado de um grunhido. Faz força para se soltar das amarras e correr ao encontro — ou reencontro — do amor.

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